Parte I - Um pouco do muito sobre mim




Senta que lá vem história, rsrs






Diante alguns pedidos e acontecimentos nesse Fantástico Mundo de Bob das Manicures, pensei, pensei, pensei e resolvi me expor novamente. Sim, darei a cara a tapa mais uma vez para uma maioria, aonde a minoria sou eu e meus pensamentos abundantes.


Mas se eu não falar, quem vai né? Muitas não querem se expor, preferem ficar off, não debater, argumentar ou sei lá, mas se continuarmos assim, aonde nossa profissão irá parar?


Vivemos em um momento de valorização total da profissão e ao mesmo tem de desvalorização, lutamos muito para chegar aonde chegamos, ganhamos de 937,00 a 12.000 mil por mês por uma profissão que até um tempo atrás era vista apenas para pessoas que eram “analfabetas” ou não tiveram opção na vida.


E falando em alfabetização e opções, vou falar um pouquinho de mim.


Fui alfabetizada em casa pela minha mãe, fui para o colégio lendo e escrevendo, e adivinha o que eu queria ser quando crescer? Professora, sim, professora! Porém cresci e desisti do curso normal (antigo pedagógico) pois estava morando em uma cidade nova e não queria ter saído do antigo colégio, me formei aos 17 anos, sonhei em fazer faculdade, mas meu pai não quis pagar para mim, guardei meu sonho. Durante o tempo em que me formei, fiz inúmeros cursos Técnicos, até que com 23 anos eu enfim consegui ir para faculdade, pagava todo mês com meu dinheirinho suado de unhas, minha mãe me ajudava com a outra metade, enfim me formei! E o que fazer agora? Sala de aula né?


Dei aula em um dos melhores colégios particulares da minha cidade, comecei apenas com 3 turmas, meses depois eu tinha 10. Fiz conforme mandava a cartilha da vida politicamente correta, trabalhar no que se formou.


1 ano e meio depois tive que optar entre sala de aula, carteira assinada, estabilidade financeira ou montar meu Espaço de Unhas, nem preciso dizer o que eu escolhi né? Na época eu era casada, o meu marido não aprovou, disse que tinha vergonha de falar que eu era manicure, chegou a dizer que era profissão de p..., e mesmo com tudo isso, enfim, abri meu espaço. Nesse tempo, virei distribuidora de uma distinta marca de produtos para unhas, era Instrutora técnica deles , porém 2 anos antes disso eu fiz o curso com uma outra marca de unhas, aonde sai do CT cheia de sonhos, mas ao fazer o primeiro alongamento eles se foram por água a baixo, colocava a unha em um dia e no dia seguinte a cliente voltava sem nenhuma, eu não tinha quem me ajudasse, quem me orientasse aonde eu estava errando, até que 10 dias depois eu simplesmente havia desistido de trabalhar com alongamento, paguei na época R$ 1,700,00 pelo Curso no ano de 2010.


3 meses depois com muito incentivo eu resolvi voltar a tentar fazer alongamento de unhas, e não é que deu certo? Passaram alguns meses e eu deixei de ser Camila manicure e virei Mila De Toffoli.


Voltando ali para meu Espaço. Comecei a ministrar meus primeiros cursos, achava que tinha fugido da sala de aula, mas mal sabia eu que estava entrando cada vez mais nela, comecei a estudar cada vez mais, ainda não tinha quem me ajudasse, e não existia essa facilidade de cursos que temos hoje, ainda mais ( pode falar a preço de banana, melhor não né? ) com valores “acessíveis”. Fui crescendo sozinha em meio as dificuldades profissionais, seguia os bons, não existia tanta guerra de ego e sabedoria como temos no mercado hoje.


O tempo foi passando, cursos sendo ministrados, entrei em falência nesse meio tempo, sim, eu fali de verdade, de 10 mil comecei a ganhar 1 mil, de uma sala de 23 mts² eu passei para uma de 4x4, abaixei a bola, abaixei a cabeça, existia uma criança agora em questão que eu deveria pensar com calma o que fazer, afinal, era apenas eu e ele, eu por ele, passaram um meses e eu me reestruturei novamente, saia da sala pequena e fui para uma sala com mais de 60 mts², eu já havia conseguido uma vez, por quê eu não conseguiria de novo? Durante todo esse tempo eu já tinha uma linha de pensamento diferente de muitas manicures, nunca chorei dificuldades.


Fui chamada para minha primeira palestra, 100 manicures, que mega responsabilidade, fui, com medo, nervosa, mas fui. Subi ao palco pela primeira vez, não doeu, estudei muito para esse dia, estava aflita para saber qual seria a reação das pessoas diante da minha palestra, falei a primeira vez sobre ética, postura, esterilização, atendimento, erros que eu havia vivenciado durante os anos trabalhados na profissão, comecei a ver pessoas influentes na área balançando a cabeça e concordando com o que eu falava, fiquei mais nervosa ainda, estava dando certo, minha missão estava sendo cumprida ali naquele momento, ufa! Desço do palco e recebo o convite para ministrar cursos de manicure em uma das empresas mais influentes do Estado do RJ, estou lá fazem 3 anos <3, turmas cheias. E lá aonde tenho certeza de que a sala de aula está em mim.


Dali para frente, subi em mais palcos, feiras, workshops, cursos, meu currículo profissional só aumentando, e cada contato com o novo me fazia enxergar os erros e acertos da profissão.


Virei crítica, cri cri, algumas chamam de chata, outras de metida e pasmem, até de insuportável, rrsrsrs, elas/vocês devem ter um pinguinho de razão.






E lá se vão 8 anos!










Continua na Parte II

Comentários

Postagens mais visitadas